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A Parábola do Filho Pródigo na visão do Prelado Reverendo Padre Neilo Machado

Uma verdadeira aula de arrependimento - Quando nós nos arrependemos verdadeiramente das nossas falhas, Deus nos acolhe de braços abertos.

Todos de alguma forma conhecem a parábola do filho pródigo. Ela está presente na Bíblia em Lucas 15,11-32 e é uma verdadeira obra-prima de um filho audacioso cujo arrependimento e misericórdia nos dá uma verdadeira aula de reflexão. Qual dos dois filhos temos uma ligação na história contada pelo Mestre Jesus?

A Parábola do filho pródigo com sabemos, conta a história de um pai que possuía dois filhos e ela se encaixa perfeitamente nesta semana dedicada aos pais, mas que tem tudo a ver com os filhos.

Vejamos a história narrada por Jesus: Em certa altura da vida, o filho mais novo pede ao seu pai a sua parte na herança e parte para terras distantes gastando tudo o que tem em pecados e perdições, sem pensar no dia de amanhã.

Quando a sua herança acaba, o filho mais novo se vê sem nada e começa a passar necessidades, viver como um mendigo. A parábola até menciona uma parte em que a fome do homem era tamanha que ele tenciona compartilhar com os porcos a lavagem que eles comiam. Em desespero, o filho volta à casa do pai, arrependido. Seu pai o recebe com muita festa, feliz pelo filho estar de volta, fazendo um banquete para ele. Mas seu irmão mais velho, rejeita-o e não gosta da atitude tomada pelo pai. Não considera justo que ele o receba com festas e banquetes depois do que ele fez, uma vez que ele, o mais velho, sempre foi leal e fiel ao pai e nunca recebeu do pai uma festa como aquela que pudesse ser celebrada com amigos.

O que me chama a atenção é que o pai na parábola concede ao filho mais novo a posse de sua herança. Ele poderia proteger o filho mais novo negando-lhe o dinheiro, o conhecia bem, sabia qual seria o destino, gastar a herança era visivelmente um ato irresponsável. Mas ele concedeu, permitiu que ele fizesse aquilo com orgulho e imprudência pois tinha os seus planos em sua função de pai, sabia que aquilo seria necessário para que seu filho se redimisse dos seus atos. Se ele negasse o dinheiro, o filho ficaria revoltado e nunca se redimiria.

Assim como o pai entendeu a imprudência do filho e teve paciência com os seus erros, também Deus tem infinita paciência conosco, seus filhos pecadores. O pai da parábola não estava preocupado com o gasto da herança que ele havia juntado com tanto esforço, ele precisava que seu filho passasse por essa lição para que crescesse como um homem de verdade. Ele teve a paciência de esperar que ele passasse por isso e se arrependesse dos seus atos imprudentes e irresponsáveis. A paciência de Deus tem por objetivo dar-nos tempo para percebermos nossos erros e nos arrependermos. Ninguém tem o direito de julgar os atos dos seus semelhantes.

Quando nós nos arrependemos verdadeiramente das nossas falhas, Deus nos acolhe de braços abertos. E foi exatamente isso que o pai da parábola fez, acolheu seu filho arrependido. Em vez de repreendê-lo pelo seu erro, faz-lhe uma festa com um banquete. Ao irmão mais velho que estava bravo com a decisão do pai, ele diz: “Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. ” (Lucas 15.32)

Quando o filho chega em casa e o pai o recebe com festas, o irmão mais velho acha-se logo um injustiçado, pois ele sempre teve zelo pelos bens materiais do pai, nunca gastou a sua herança, não se poluiu com falsos amigos e prostitutas, não fez uso de bebidas alcoólicas e mesmo assim o pai nunca havia lhe feito tamanha festa. Ele se achava superior por não ter desperdiçado os bens da herança, esteve sempre ali a disposição do pai e vendo tudo aquilo se revolta. Não conseguia enxergar a conversão do irmão, não via que o sofrimento que ele passou o fez ver os seus erros.

Então se vê no direito de repreender o pai e mostrar sua indignação responde: “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o melhor novilho cevado.” (Lucas 15.29-30).

Neste caso, para o pai, o dinheiro era o menos importante, o importante era ter o seu filho de volta, convertido e arrependido. É comum as pessoas acharem que somente quem reza todos os dias, assiste à missa aos domingos e segue os mandamentos de Deus é amado por Ele. Isso não é verdade, e essa parábola mostra a grandeza do amor divino. O pai da parábola diz ao filho mais velho: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.” (Lucas 15.31). Isso mostra que o pai era profundamente grato ao filho mais velho, que o seu amor por ele era enorme e o que ele fazia pelo filho mais novo não mudava em nada o que ele sentia pelo filho mais velho a quem era grato e se orgulhava. Se tudo que era dele, pertencia ao filho mais velho, o mais novo deveria conquistar os bens que perdeu em sua vida como pródigo. Mas jamais o pai negaria o acolhimento e o amor ao mais novo.

E como todo final feliz; Assim que ele apareceu em casa: “E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e o beijou.” (Lucas 15.20)

A pergunta que deixo no final do vídeo, nesta semana dedicada aos pais é esta: Qual dos dois filhos é você?

Por Rev. Pe. Neilo Machado – Prelado – (Vídeo gravado em 2013)

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