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Uma vida com propósitos para quem deseja ser Missionário

Precisamos do outro para fazer o Reino de Deus acontecer, pois a missão, a graça e a vida não acontecem no individualismo

Jesus enviou os discípulos e colocou no coração deles a renúncia a todo e qualquer espírito do individualismo. Se nos juntamos ao outro, o mal e o maligno não terão poder sobre nós. Mas quando nos dividimos (cada um por si) a graça se enfraquece e o Reino acontece de forma não tão eficaz como deveria acontecer.

Falar sobre missões a primeira imagem que nos vem a cabeça é de um cristão com uma mochila e uma roupa desgastada em um país onde parece quase impossível para a maioria das pessoas religiosas realizar.

O conceito de missionário tem se distorcido ao longo do tempo. Os cristãos de hoje em dia se dividem entre aqueles que “tem chamado missionário” e aqueles que não. Mas é correto pensar dessa forma? É apenas um missionário o que é enviado para um país ou para um estado realizar um trabalho conjunto?

Cada irmão ordenado tem o cuidado de manter laços de comunhão e de proximidade com os responsáveis de outras Comunidades, assim como com o seu Bispo Primaz e com o Bispo ordinário do seu lugar de vida e missão. Exerce o seu ministério no seio da Comunidade e nas missões que podem ser-lhe confiadas e aceitas. Ele deve celebrar cada dia o Ofício Divino com fidelidade pensando em sua metas e objetivos.

Uma evangelização missionária não é um conjunto de práticas mais ou menos ligadas à realização de uma missão, como garantia de fidelidade. Ela é a própria missão, com seus critérios, atitudes e opções, animadas pelo Espírito de Jesus. Optar a partir de Jesus Cristo, que é o evangelizador por excelência; transmitir a imagem e a ideia de Cristo que o evangelizador adquiriu, com todas as suas consequências, segundo a fé da Igreja. (…) O desafio maior é a esperança cristã e essa audácia missionária, que queremos encontrar em cada sacerdote.

O que é a missão?

No dicionário, temos a definição principal de “missão” como a “incumbência que alguém deve executar a pedido ou por ordem de outrem; encargo, quando traça se uma meta de propósitos”. Então, basicamente, ser missionário é cumprir uma ordem que lhe foi dada por alguém que está a frente da missão. Certo?

Devemos entender então que, se tudo é feito d’Ele, por Ele e para Ele. A missão é inteiramente d’Ele! Mas muitas vezes é necessário autorização do supremo da Igreja para a realizar, e que do outro lado, alguém esteja disposto a colaborar nesta missão quando evangelizadora.

Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” Rm 11:36

É muito bonito a gente ouvir promessas vindas da parte de Deus! De pessoas interessadas em colaborar com outras comunidades. Nós somos homens chamados a ser profetas anunciadores da esperança. Já basta a existência de pessoas que vão anunciar destruições, desgraças e dificuldades, precisamos de pessoas que estejam dispostas a falar de paz, amor e esperança para todos. Faz parte da vida e vocação do padre ser capaz de mostrar o rumo, o sentido, o gosto pela vida. É o que povo de Deus tem o direito de esperar da nossa parte: gente que é capaz de enxergar aquelas sendas da esperança. Jesus teve que formar os seus discípulos para isso e os enviá-los a uma missão para que o povo soubesse quem era Jesus Cristo o Filho de Deus. (…)

Qual é a missão?

Baseado nestas palavras podemos entender que a missão é simples e foi deixada pelo próprio Deus encarnado, Jesus Cristo. E não apenas para aqueles onze que ouviram a mensagem da boca do próprio Messias. Mas para toda a igreja, até a volta do Senhor! Nós chamamos esta conversa de Jesus “de oportunidade para semear a sua palavra sobre a face da Terra”. Se analisarmos cuidadosamente, veremos que, se a missão é uma incumbência, a comissão é o ato de incumbir e a nós cabe o proposito de a colocar em prática!

“Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mt 28:18

Esta foi uma atitude de misericórdia para que todos pudessem saber respeitar o mistério da pessoa, guardar o sigilo, dizer aquilo que você sabe e pode, ser capaz de encaminhar para o sacerdote e amanhã, como padre, ser acolhedor com todas essas situações, as mais difíceis que possam existir. Jesus nos arranca da tentação de um amor abstrato e idealista, levando-nos a construir a fraternidade em nossas relações humanas, na misericórdia com os rostos concretos que encontramos a cada dia.

“Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra…” – Entendemos que a autoridade da missão pertence a Ele e por isso, está encarregando pessoas de fazerem parte do trabalho que Ele próprio começou em outro local, onde alguém possa estar somando para a realização de um grande ideal.

“Vão e façam discípulos de todas as nações … ensinando-os a obedecer tudo o que eu ordenei a vocês.” – Nós entendemos que todos fomos ordenados para esses fins evangelizadores, agora estamos encarregados de fazer discípulos de todas as nações, incluindo a nossa própria em nosso território, para que somando esforços mútuos possamos alcançar novos horizontes nestas ares muitas vezes deficitárias de colaboradores dispostos.

Afinal um padre em uma comunidade é um homem de Deus, um irmão entre irmãos, no sentido onde ele é chamado à santidade, assim como todos os outros irmãos e irmãs dos outros estados ou da própria cidade onde habita e exerce suas funções eclesiásticas. Esta simplicidade fraterna é importante, tanto para o tipo de relações no interior da vida comunitária, como com aqueles que encontramos nas diferentes missões, sobretudo perto dos mais pequenos e mais pobres.

O que preciso para fazer parte de uma missão?

É necessário primeiro fazer contatos, definir estratégias, verificar possibilidades e aceitação, afinal ninguém pode realizar uma missão sem antes se entender com a parte interessada, em seguida pedir autorização e verificar procedência e pautear objetivos e metas para se tornar parte da missão que desejas realizar, o restante é arrumar meios e ir.

Sabendo que irás precisar alimentar-se diariamente não só do pão nosso de cada dia, mas da Palavra de Deus, orar ao Senhor por orientação e sabedoria e jejuar para estar sempre mais perto d’Ele. Fale sobre o amor de Cristo pelas pessoas do seu trabalho ou do seu ambiente religioso e suas pretensões reais, lembrando que nem tudo que relus é ouro, nem todo sonho poderá tornar-se realidade e de boas intenções o inferno está cheio. Não esqueça que terás que repousar em algum lugar; toda experiência é salutar e unir forçar para um ideal é sempre bem-vindo em qualquer local desde que planejado com antecedência.: faça discípulos! Você não pode só plantar uma semente e se recusar a regá-la para crescer. Será preciso semear, primeiro e ter paciência para ver os frutos vindouros surgirem com abundância.

Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual falei a vocês. Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo“ At 1:4 (…)

“mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra”. Após isso, então, se inicia a missão. Que está mais detalhada no momento em que Jesus envia os doze apóstolos de dois em dois.

Outro ponto essencial é o acompanhamento espiritual que permite nos conhecermos e amadurecermos, pois a nossa vida humana, afetiva e sexual passa por etapas, em que a vida espiritual e a vida comunitária nos ajudarão a evitar crises e rupturas em nossa vocação. Deve ser guardada e protegida a unidade interior da pessoa e que ela nunca perca o sentido e o centro de sua entrega: Cristo.

Começando a missão

Claro, não podemos esquecer que existem alguns a quem o Senhor chama para serem enviados para lugares específicos, mas muitas vezes devemos tomar a iniciativa e escolher um caminho a seguir, sabedores que dificuldades surgiram, que mar de rosas não existem, mas que com diálogos, entendimentos e boa vontade pode se ir muito além do imaginado.

O Evangelho de hoje nos coloca diante de tantas coisas importantes para a nossa vida. Uma delas é que não somos discípulos sozinhos, porque somos discípulos do “Corpo”, onde Jesus é a cabeça.

“Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros”(Marcos 6,7).

Vejamos: Jesus chama os discípulos dois a dois e os envia, pois um pode ser bom, mas dois é excelente. A mãe em casa orando pelo filho é bom, mas o pai e a mãe orando por eles é sublime, excelente; e não terá espírito que poderá agir na casa deles. Pois um fortalece ao outro; é um agindo junto ao outro.

Hoje, infelizmente, vivemos no espírito do individualismo presente nas casas, na família, na Igreja e até mesmo entre o próprio clero. É cada um realizando a sua missão, “cada um por si e Deus por todos”, essa expressão popular tem tomado conta dos corações. Mas a missão, a graça e a vida acontecem a dois.

Não nasce uma vida humana sem a união de um homem com uma mulher. A missão do Reino de Deus deve ser pregada a dois, ainda que cada um tenha o seu jeito, modo e maneira de ser e agir. Porém, acima de tudo, o espírito comunitário deve prevalecer em tudo o que fizer e realizar.

Por que Jesus nos quer como missionários? Para nos dar poder sobre os espíritos impuros. Inclusive, um grande espírito impuro é o individualismo, o egoísmo, isto é, a tendência de nos fecharmos em nós mesmos, ignorar os irmãos que de nós precisam ser assistidos, compartilhar, para que as coisas possam fluir com mais entusiasmo, porque fazemos parte da mesma Instituição religiosa. Precisamos expulsar esse espírito da nossa vida e do meio dos nossos.

E o poder que Jesus dá a nós, é justamente para que purifiquemos o mundo de todas as maldades, crueldades e tormentos que o maligno tem lançado sobre as mentes e os corações. Daí a necessidade de criarmos hábitos, quem não se ajunta acaba se espalhando, desanimando, duas pessoas podem conseguir muito mais, a união continua fazendo a força e as coisas acontecerem. O Espirito missionário é fundamental para a realização das grandes coisas que a igreja necessita para seu crescimento.

Comecemos fazendo isto: orando dois a dois, com três ou quatro, mas oremos. Oremos pensando no assunto, em colaborar um com o outro de tal maneira que todos unidos sejamos uma só família em busca de levar a todos a evangelização.

Não basta rezar pela nossa família, pelos nossos amigos, pelas pessoas que nos pedem orações, precisamos rezar com eles, com a nossa família, com nossos amigos, com nossos irmãos, com as pessoas que nos solicitam orações. A oração individual é graça, mas precisamos orar e rezar juntos. Quando aprendermos que precisamos do outro para fazer o Reino de Deus acontecer a vida da igreja, das instituições, dos familiares da própria congregação se fortalecera de tal maneira que seremos reconhecidos justamente pela união que formaremos em prol dos mesmos ideais. Isso é ser missionário, isso é entender o que significa fazer Missão.

Ao escolher 72 discípulos, Jesus indica a totalidade, a universalidade dos que anunciam o Bem. E, por ser doação de amor, a resposta é, igualmente, uma doação de amor e de dedicação total, gesto gratuito, generoso… O Bem não lhes pertence, provém de Deus. A Mensagem que eles proclamam não é fruto deles, criada à medida deles… A missão é “culto de amor”… confiado pelo Bem supremo, para que neles e através deles, se dê a emergência da verdadeira, nova e definitiva criação do homem em prol de outros homens.

Os Missionários

Cada padre carrega um ou vários carismas pessoais, e é desejável que ele exerça o seu ministério presbiteral e a sua missão de acordo com os seus carismas pessoais. O padre em qualquer comunidade é chamado a carregar sem cessar a preocupação missionária e a carga da salvação das almas. A santificação do clero é uma intenção de oração da nossa própria Igreja que ele pertença.

Por outro lado, será importante formar os outros membros para a comunidade que pretenda agregar, Ele não é um simples “leigo ordenado”, mas os outros irmãos deveriam reconhecer e respeitar os três “múnus” sacerdotais, que lhe foram conferidos pelo Cristo, Cabeça da Igreja: para santificar, ensinar, governar em qualquer local que esteja em Missão..

Que Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, conceda-nos graça, paz e o poder do Espírito Santo para que todas as missões sejam realizadas até o fim do mundo. Amém!

Direto da Redação

 

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