A Sagrada Família de Nazaré na visão da Prelazia IVCM de Pouso Alegre

A Igreja Veterocatólica Missionária honra a Família de Nazaré, constituída por Jesus, Maria e José e a Prelazia Pessoal de Pouso Alegre/MG os apresenta como exemplo e modelo para as nossas famílias, pois a família humana é o maior tesouro que Deus concedeu à humanidade.

No Livro do Eclesiástico, encontramos Jesus, exortando os filhos a acolherem e viverem as palavras dos pais. O texto é um comentário ao quarto Mandamento da Lei de Deus: “Honra teu Pai e tua mãe se queres que os teus dias se prolonguem sobre a face da Terra”. Comentando este mandamento (Ex 20,12; Dt 5,16) Jesus diz que os filhos têm quatro deveres principais para com os pais: a) Cuidar deles na velhice (v. 14a); b) Não lhes causar tristeza nem aborrecimentos (v. 14b); c) Ser indulgente (ter compaixão) e ser acima de tudo paciente com eles, se vierem perder a razão (15a); d) Nunca os tratar com desprezo ou com falta do devido respeito (15b). A recompensa é que os filhos terão o perdão dos pecados, a felicidade, uma vida longa e a atenção especial de Deus em suas orações.

Na Carta de São Paulo aos Colossenses, o apóstolo nos diz quais são as virtudes que são indispensáveis para a vida familiar: misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência. Depois diz quais são as atitudes que precisam reinar numa família: Suportar uns aos outros e perdoar-se mutuamente; fazer reinar a paz de Cristo; viver em ação de graças (ser agradecido); ouvir e praticar a palavra de Cristo; tudo o que se fizer, por palavras ou por obras, seja feito em nome do Senhor Jesus.

E como coroamento dessas virtudes e atitudes São Paulo apresenta o amor: revesti-vos da «caridade, que é o vínculo da perfeição». «Revestir-se» não significa algo superficial, de aparências, mas indica uma atitude interior, que implica uma conversão profunda. Em síntese o exercício da caridade (amor) é o critério supremo de vida familiar, é a qualidade sobre a qual se edifica a família, pois ela é “o vínculo da perfeição” para quem procura construir a sua família sobre a Palavra de Deus.

Paginas de uma Santa Família

O Evangelho também nos mostra a fuga da Família de Nazaré para o Egito, nos relatando que, apesar de santa e agradável a Deus, a Sagrada Família passou por tribulações, angustiou-se e sofreu perseguição, não porque Deus quisesse o sofrimento deles, mas por causa da cobiça e da inveja daqueles que tinham medo de perderem o poder e de não reconheceram Jesus como Filho de Deus.

Este relato da vida da Sagrada Família quer dar força, coragem e fé à todas as famílias que passam por tribulações, sofrimentos, perseguições, angústias e doenças, para que coloquem sua confiança em Deus Pai, pois Ele é o vencedor do mal através do bem.

A Família de Nazaré venceu as tribulações da vida através de três atitudes importantes: a) “Soube escutar a Palavra de Deus”; b) “Fé”: Sempre acreditou nas promessas de Deus; c) Sempre procurou “fazer a vontade de Deus Pai”. São três atitudes que todos nós cristãos podemos colocar em prática em nossas Famílias, mesmo que às vezes pareça uma tarefa longa com alegrias e tristezas, mas a certeza é que Jesus, Maria e José nos acompanham neste caminho pois eles mesmos passaram por isso e nos compreendem bem do que precisamos para vivermos na verdadeira paz em nosso lar.

Um dos grandes inimigos que tenta matar o respeito que devemos ter com a família é o tempo. Os pais, filhos, maridos e esposas, namorados, jovens já não tem mais tempo um para o outro, muito menos para os demais familiares como os sogros e os avós e até mesmo para Deus.

São as metas dos trabalhos que precisam ser alcançadas, os horários que são exigentes, o emprego longe de casa, a TV e as Redes Sociais cada vez mais frequentadas que roubam o pouco tempo que sobra da família.

Aos poucos o outro mencionado por Jesus vai se tornando um desconhecido ou um estranho dentro da própria casa e por isso a admiração, o amor, o carinho, o diálogo, o estar juntos vai desaparecendo. Primeiro era a Televisão agora o celular.

E nesta dura realidade dos tempos modernos que vivemos atualmente, cada um, mesmo fazendo parte da mesma família, não coloca mais o outro nos seus projetos pessoais, até que os membros se percebem trilhando uma vida diferente do outro.

Para que este mal seja vencido cada um, precisa fazer a sua parte, estar aberto ao diálogo, apesar das diferenças; de estar juntos, de apoiar-se uns aos outros no caminho da vida e seguir a recomendação de Jesus que nos pede: “Amar uns outros como Ele nos amou.”

E nesta hora a família deve ter prioridade. O Lar deve ser o local onde todos se sentem bem, onde todos gostam de estar, onde todos, quando dela saem, a ela queiram voltar novamente para vivenciar momentos de amor e cuidados com o que chamamos de família.

Então, cuidemos da Família com todo o amor, pois está em jogo a nossa felicidade pessoal e o futuro coletivo da própria humanidade, pois o bem da pessoa e da sociedade está estreitamente ligado à «boa saúde» da família.

A devoção à Sagrada Família

A devoção à Sagrada Família começou a ter grande popularidade no século XVII, quando os cristãos começaram a prestar atenção ao fato de que Jesus, o Filho de Deus, desceu do céu e se fez homem dentro de uma família. Ele nasceu numa família comum. Seus pais eram pessoas comuns, simples, trabalhadores, como tantas famílias espalhadas pelo mundo.

Maria, uma menina meiga e dona de casa, José um jovem carpinteiro e Jesus, um filho exemplar e obediente. Uma família feliz e simples. A festa da Sagrada Família foi instituída pelo papa Leão XIII, em 1883.

Modelo para toda família

Toda família é convidada pela IVCM a imitar as virtudes da Sagrada Família. A Sagrada Família vive por Deus e para Deus. O seu projeto é sempre fazer a vontade de Deus. Para a Prelazia a sagrada Família é a própria escola de todas as virtudes.

As cenas da Sagrada Família são das mais representadas nas artes, principalmente na pintura com as cenas da natividade e da fuga para o Egito. A devoção se espalhou pelo mundo inteiro, pois Maria Santíssima e São José são os maiores exemplos de união, obediência e temor a Deus.

Maria a Serva do Senhor

Como mulher temente a Deus, Maria sempre disse Sim: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra. (Lc.1,38). Acompanhando seu Filho por toda a história da nossa Salvação, Maria nos dá todos os exemplos de como seguir Jesus para chegar a Deus.

Viveu toda a sua vida dedicada a Jesus, ajudando a prepará-lo para tudo o que tinha que viver e sofrer. Estava presente no primeiro milagre nas Bodas de Caná, Maria estava presente no início da Igreja, após a Ascensão de Jesus e continua até os dias de hoje, levando todos para o Sagrado Coração de Jesus. Maria disse em Fátima que quer a Salvação de todos. Maria guardava tudo em seu coração, e Jesus cresceu em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens. (Luc 2.41-52).

São José homem justo e trabalhador

São José foi um homem justo, conforme Mateus 1:19, pai e esposo fiel, carpinteiro, trabalhador, obediente aos pedidos e ordens de Deus. Um Anjo apareceu a São José e disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por tua mulher, porque o que dela vai nascer é obra do Espírito Santo de Deus. (Mat 1,20)

Foi sempre o defensor de Maria e Jesus, e com o trabalho simples de carpinteiro dava sustento para a Sagrada Família. Quando Herodes quis matar Jesus, José recebeu uma ordem de Deus para fugir para o Egito para proteger Jesus, e ele obedeceu.

Trabalhador, humilde, santo, escolhido por Deus para o maior compromisso de todos, que foi dar sustento para a Sagrada Família. Homem de Deus, homem puro que respeitou a virgindade de Maria, segundo os desígnios de Deus. Exemplo de vida dedicada a Deus.

Jesus Cristo o Verbo que se fez carne

O Filho de Deus, o Verbo Eterno que se fez carne e habitou entre nós. A prova maior do amor de Deus por nós, como diz São Paulo: Ele aniquilou-se a si mesmo deixando sua condição divina e assumindo a condição humana.

Jesus viveu uma vida comum, ordinária e oculta até se manifestar ao mundo. Foi obediente a seus pais, um filho exemplar como nos disse o evangelista Lucas. Ele viveu como filho, humano. Precisou da ternura, do cuidado e do carinho de seus pais. Durante a maior parte de sua vida terrena, Jesus viveu numa família humana comum, a Sagrada Família de Nazaré!

Direto da Redação